O período técnico vê a emergência
do espaço mecanizado. Os objetos que formam o meio não são, apenas, objetos
culturais; eles são culturais e técnicos, ao mesmo tempo. Quanto ao espaço, o
componente material é crescentemente formado do "natural" e do "artificial".
Mas o número e a qualidade de artefatos variam. As áreas, os espaços, as regiões,
os países passam a se distinguir em função da extensão e da densidade da substituição,
neles, dos objetos naturais e dos objetos culturais, por objetos técnicos (3).
Os objetos técnicos, maquínicos,
juntam à razão natural sua própria razão, uma lógica instrumental que desafia
as lógicas naturais, criando, nos lugares atingidos, mistos ou híbridos
conflitivos. Os objetos técnicos e o espaço maquinizado são lócus de ações "superiores",
graças à sua superposição triunfante às forças naturais. Tais ações são, também,
consideradas superiores pela crença de que ao homem atribuem novos poderes — o
maior dos quais é a prerrogativa de enfrentar a Natureza, natural ou já
socializada, vinda do período anterior, com instrumentos que já não são
prolongamento do seu corpo, mas que representam prolongamentos do território,
verdadeiras próteses. Utilizando novos materiais e transgredindo a distância, o
homem começa a fabricar um tempo novo, no trabalho, no intercâmbio, no lar. Os
tempos sociais tendem a se superpor e contrapor aos tempos naturais.
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